terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Opinião I






Fim de ano é habitualmente sinónimo de balanço, e assim sendo cá estou eu a procurar fazê-lo, de uma forma tanto quanto possível isenta, sobre o que se passou em termos de autocaravanismo, durante o ano que agora finda.

Não sou por natureza um optimista, e talvez por essa razão o balanço que faço, aponta para um resultado a rondar o negativo.



Na realidade o movimento autocaravanista tem hoje como principal pilar de sustentação o CPA-Clube Português de Autocaravanas, já que era até há muito pouco tempo o único clube de autocaravanistas legalmente constituido, mas, tudo o que se passou a nível interno durante o ano 2008, contribuiu de uma forma notória para que a sua Direcção se tornasse numa corporação de bombeiros, apagando fogo aqui e fogo ali.

Óbviamente, que este facto não explica tudo, e talvez alguns erros cometidos resultaram da falta de capacidade em vencer a inércia do repouso, vivendo e dirigindo longe dos seus associados, não lhes dando os indispensáveis esclarecimentos e apoios.


Não poderemos de forma alguma esquecer alguns acontecimentos, que marcaram e dificultaram a sua acção, de que destaco a criação de blogs caluniosos, de uma baixeza de princípios total, onde alguns se refugiaram cobardemente, para atingirem a dignidade de muitos.



As criticas desenfreadas, que nalguns momentos atingiu a raia do ódio, apenas serviram para destabilizar e criar um clima de desorientação no interior do clube.


Desses, pouco ou nada foi feito no sentido construtivo, e a sua autovitimização apenas procurava "angariar" apoiantes que em alguns casos conseguiram. Efectuaram-se convites, para "casinhas" e tribunas, invocando a liberdade de expressão como argumento, mas cuja finalidade era a de produzir divisões.



Quando o clube mais representativo do autocaravanismo vive estes dias, que poderemos esperar que seja feito em prol de todos nós autocaravanistas ?



Resta-nos aguardar com alguma impaciência que os "detentores de toda a verdade", reconheçam a necessidade de contribuirem com o seu saber para o bem comum, pondo de parte toda uma arrogância inaceitável.


Mas, 2008 também nos trouxe coisas boas, a criação de várias AS tais como Torre de Moncorvo, Aldeia da Luz, Izeda, Pardilhó, etc etc, são disso um exemplo, e demonstram que existem pessoas que não ambicionando louros, trabalham para o interesse colectivo.


Outro acontecimento que marcou também o ano que agora finda, foi o documento elaborado pela CCDRA-Algarve, que pela primeira vez aborda a realidade do autocaravanismo em Portugal. Considero ser um documento muito bem estruturado, que mais não foi do que a pedrada no charco necessária.Foram várias as entidades e particulares, que elaboraram documentos de resposta, todos eles de exceptional interesse na forma como a analisaram a realidade do autocaravanismo.


O movimento saiu enriquecido, e pena é que outros documentos ou análises não tenham surgido.



Saúdo também a criação de pelo menos mais dois clubes de autocaravanismo, o CAN-Clube de Autocaravanas do Norte e o CAS - Clube Autocaravanista Saloio, demonstrativo de que o movimento está vivo. O MIDAP surgiu como um movimento independente, mas, em minha opinião, a sua existência peca por provocar alguma confusão nos fins para que foi criado.


Não sendo um clube, logo não tendo figura jurídica, a sua acção tem tido actuações que, ultrapassam segundo penso, os fins a que se propuseram, criando alguns embaraços institucionais, que me parece se deveriam evitar.


Não quero também deixar de fazer uma referência ao CCP - Campingcar Portugal pelos excelentes exemplos dados em prol do autocaravanismo, não só pelas suas iniciativas no que diz respeito à criação de novas AS, mas também pelo excelente Portal que nos disponibiliza, e cuja qualidade do seu forum nos convida a uma visita diária.


Enfim, tal como disse o balanço que faço de 2008 não é totalmente positivo, mas, retenhamos o que de positivo foi feito, para que o 2009 seja um ano cheio de boas noticias.




domingo, 21 de dezembro de 2008

Relatos de viagens II

El Perdigon













Este é o nome de um pequeno "pueblo", que fica localizado a cerca de 9 km a sudoeste de Zamora, ou se preferirem a aproximadamente 50 km de Salamanca, mas para ser ainda mais exacto, aqui vão as coordenadas GPS N 41º 24´42" W 05º 45´14".









Esta pequena povoação," é muito famosa, e a sua fama crescente, resulta das suas antiquíssimas"bodegas",muito típicas na Comunidade de Castilha y Leon.





As suas "bodegas" foram construídas debaixo de terra, para melhor se fazer o vinho, na escuridão e no silêncio necessários, conseguindo-se assim óptimas condições de fermentação humidade e temperatura.







Estão localizadas a 6/7 metros de profundidade, chegando algumas a 12/15 metros. As suas abóbadas, estão solidamente cimentadas com blocos de pedra talhada e tijolo maciço, tendo apenas acesso por uma única escada.







É curioso verificar na zona oeste da povoação, inúmeros promontórios de terra onde se podem ver as chaminés das mais bonitas e rústicas "bodegas" de El Perdigon.






Foram estas "bodegas" que alguns habitantes resolveram transformar em restaurantes, tornando-os fora do comum pela sua localização, e onde se pode, e devem, degustar excelentes petiscos, acompanhados de um belíssimo vinho tinto. A sua grande especialidade são as parrilhadas de carne feitas na brasa e as costeletas de vitela, também na brasa.

Deixo-vos pois aqui esta sugestão, para um fim de semana diferente, que deverá também incluir uma visita a uma cidade, de que não me canso de visitar e que se chama Salamanca.














domingo, 14 de dezembro de 2008

Manutenção



Estamos actualmente na fase do ano, em que as nossas "casinhas" são menos utilizadas, obrigando-nos a certos cuidados especiais de manutenção.

Em minha opinião, um dos órgãos mais sensíveis das ACs são as baterias, que se não forem "acarinhadas" poderão dar-nos alguns dissabores (despesas), e por isso é importante que troquemos algumas dicas sobre o assunto.

Como todos sabem, quando temos as nossas ACs equipadas com painel solar fotovoltaico este equipamento apenas vos carrega a bateria da célula, assim como a ligação a 220 v também só beneficia aquela bateria, ficando naturalmente a bateria do motor desprotegida e sujeita a descargas profundas.

Por estes motivos resolvi fazer um "investimento" de 49 € num repartidor de carga CSB-2, que me soluciona os problemas a que me refiro atrás. Na verdade este pequeno instrumento permite que logo que a bateria da célula esteja carregada, automaticamente a bateria do motor começa a receber carga.

Estou a lembrar-me de todos aqueles que têm a sua AC parada à porta, e que têm painel solar, deixarão de ter preocupações com a carga daquela bateria pois ela passará a estar também sempre carregada.

No caso da não existência de painel solar, bastará que tenham algumas horas a AC ligada a 220 V para que as duas baterias fiquem operacionais. É um pequeno "investimento", que poderá evitar muitas dores de cabeça. O valor a que me refiro já inclui mão de obra, mas se se decidirem por instalar o repartidor de carga, aconselho a que façam uma pequena consulta ao mercado, porque num valor tão pequeno encontrei diferenças substanciais.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Àreas de Serviço

Roquefort sur Soulzon N 43º 58.873 W 02º 58.892




Lagartera N39º 54.690 W05º 11.986 Ausch N 43º 38.143 E 00º 35.298







Cáceres N39º 28.815 W06º 22.121


















Palência N42º00.201 W 04º 32.053 SSebastian N 43º18.433 W 02º 00.766

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Encontro Autocaravanista em Abrantes





Olá companheiros


Não gostaria de criar falsas expectativas, mas, penso que não mentirei, se considerar este Encontro como um marco no movimento autocaravanista em Portugal.


Já se trabalha afincadamente nos múltiplos aspectos que envolve um evento desta dimensão, com o objectivo bem definido de nada ser deixado ao acaso. A Direcção do CPA e o Municipio de Abrantes, têm realizado reuniões periódicas, conciliando ideias e ultrapassando obstáculos, formando uma equipa disposta, a poder vir a proporcionar a todos uns excelentes dias de confraternização, e em que se procurará que certos mal entendidos existentes no movimento, possam vir a ser ultrapassados. Nunca, ultrapassando a Direcção do CPA, irei neste local dando conta de mais promenores.


Algumas imagens de Covas do Monte







terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Relatos de viagens I

Covas do Monte



Encravada na serra tal como o seu nome faz perceber, esta aldeia é bem um exemplo vivo daquilo a que nos habituámos a caracterizar como Portugal Profundo.
Telhados de xisto, cerca de 56 habitantes, e um rebanho comunitário com cerca de 2500 cabras, eis uma caracterização simples desta aldeia, que é indispensável conhecer.
Foi isso que fiz, em Outubro passado, a convite do companheiro Vitor Andrade, homem que me apresso a louvar por tudo aquilo que tem feito por Covas do Monte.
O encontro acordado, era ao fim da tarde de sexta-feira em S.Pedro do Sul, de onde partimos "chefiados" pelo Graciano, outro grande amigo daquela aldeia.
Á chegada ao alto de S.Macário, o nevoeiro fez a sua aparição, dificultando momentâneamente a visibilidade.
Iamos iniciar a descida, e os conselhos do Graciano sugeriam que uma boa parte da descida fosse feita em 1ª, pois o declive em muitos locais era de 18%.
Tudo decorreu de forma impecável, e a chegada aconteceu praticamente já noite. O arrumar das ACs, cerca de 12, sempre feita em marcha atrás, levou algum tempo, mas, a pressa não era nenhuma.
Aguardava-nos uma excelente vitela assada no forno, repasto este que serviu para uma primeira apresentação entre todos.
As horas passaram sem se dar por isso, e cerca das 23 horas começou a "debandada", para vale de lençóis.
Uma recomendação tinha sido dada entretanto pelo Vitor, "seria de todo conveniente, que às 9h todo o mundo estivesse a pé, para assistir à saída do rebanho para a serra".
A noite foi calma, e só o badalar das horas, nos fazia dar mais uma volta na cama.

Sábado

Tal como o acordado, às 9h toda a gente estava a pé, para assistir a um dos momentos mais espectaculares do fim de semana, a saída do rebanho.A espera não foi muita, e eis quando, parecendo nascer da terra, surgem cabras de todos os locais
iniciando a subida para a serra, acompanhadas pela pastora.Como curiosidade é bom dizer, que existe uma "escala de serviço" entre a população, para se saber quem é o pastor do dia.
Foi das imagens mais impressionantes a que assisti....... .

Procurámos seguir o rebanho por alguns metros, serra acima, mas, era íngreme demais e por isso ficámos a desfrutar do espectáculo de ver todos aqueles animais a subir por escarpas e zonas com tal declive, que parecia impossível de ultrapassar , mas para elas tudo eram facilidades.
Chegou entretanto a hora de almoço, mais uma vez servido divinalmente, durante o qual se aproveitou para se estreitarem ainda mais os laços de sã camaradagem. Terminado o repasto, aguardáva-nos a apanha do milho e posterior desfolhada, motivo principal do convite do Vitor Andrade para este fim de semana. Começo por confidenciar, que nunca tinha apanhado milho, e por isso as minhas dúvidas de como iria decorrer esta "empreitada". Por estranho que pareça, todo o grupo se entregou de alma e coração à tarefa e ao fim de cerca de 3 horas, o milho estava em cima do tractor, que o transportaria para o local da desfolhada.
Fizemos um pequeno intervalo, antes de se iniciar a desfolhada, que viria a realizar-se em casa do Presidente da Junta de Freguesia.
Para essa altura estava-nos reservada uma surpresa, um excelente tocador de concertina, que cantava a desgarrada como poucos.
Estavam reunidas as condições, para um serão de aldeia inesquecível, onde não faltou o vinho bebido pela tijela e os acepipes cozinhados pela esposa do Presidente.
Não sei quantas horas foram passadas na desfolhada, mas sei, que conseguimos surpreender aquelas gentes, com o trabalho realizado.
Era já perto da meia-noite quando se deu por terminada a tarefa com um sentimento de muita alegria, e do dever cumprido. O cansaço era também evidente e as nossas "casinhas"chamavam por nós.
A noite foi calma, e desta vez nem as horas se ouviram........... .


Domingo


Dia destinado a visitar o moinho e o lagar, que estão a ser recuperados aos poucos pelos amigos de Covas do Monte, que para além do Vitor e do Graciano inclui também o companheiro Serafim um Vianense dos quatro costados.
Para almoço de despedida, um cabrito assado no forno sensacional, regado com um bom vinho tendo como sobremesa um arroz doce caseiro de se lhe tirar o chapéu.
Chegava a hora da despedida e a questão que se colocava era "e agora quando é a próxima?".
Era tempo de engrenar a 1ª agora para subir...................

Dificílmente se poderá esquecer este fim de semana, fundamentalmente porque foi diferente em todos os aspectos. Um muito obrigado a todos, mas muito em especial ao Vitor responsável por tudo o que se passou.





























segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

TÍTULO


Não foi por acaso, que escolhi este título para o meu blog, porque, ele encerra o seu grande objectivo, descobrir Outras terras outras Gentes, paixão que abracei há já cerca de doze anos, através de turismo itinerante, inicialmente com uma VW Transporter, e mais recentemente (5 anos) com a minha Auto Roller.

Neste blog, que agora início, vou tentar tratar algumas experiências já vividas, e outras que se a saúde não me faltar irei viver.

O desafio está lançado........